12.4.11

(Entre parênteses)

Tempestivamente, a mente trabalha num ritmo avassalador, testando as mais diversas possibilidades de resposta e emulando as possíveis reações para cada uma delas. Numa conversa que consegue mexer literalmente com todos os sentidos do corpo, mesmo que a vários kilômetros de distância, os dedos se multiplicam, trabalhando coordenadamente em discordância com as respostas que querem ser ditas mas que, por algum motivo, não podem sê-las naquele momento.

É exatamente nessa torrente de sentimentos que as palavras saem, ansiosas para que sejam compreendidas da maneira como foram pensadas, mesmo que o locutor sequer saiba exatamente o que quer dizer.

Intensidade.

A discrepância dos acontecimentos, numa narrativa nada linear que evoca as histórias de duas pessoas que apenas por acaso não se conheceram, faz com que uma conversa simples contenha inenarráveis revoluções, com duas pessoas que há muito não se vêem, precisam condensar uma vida em poucas horas. E o mais incrível, parece que conseguem.

O tempo corre. As horas passam em segundos. O sono se esvai. Cada palavra, cada imagem, cada intenção preenche exatamente as lacunas certas. Margem mínima de erro. Passível apenas de poucos ajustes.

Acordar noutro dia e se sentir diferente.

Tudo isso entre ( ).