24.3.06

Vida. capítulo 6.

Procurou chegar antes ao bar. Ficou do outro lado da rua esperando o velho se aproximar. Este entrou e sentou-se a uma mesa. Cumprimentou o barman e olhou à sua volta procurando o jovem.
Ele entrou logo em seguida. Cumprimentou o velho e pediu uma cerveja.
Saiu do bar após trinta minutos. Conversaram sobre a vida do velho, que fora um magnata do café e agora vive de royalties. Ganha bem, mas a família o abandonou por causa do seu vício. Queria ajudar o jovem, iria custear os tratamentos mais especializados.

Saiu de lá e correu para o hospital. No caminho, adormeceu.
"Filhão, venha com seu pai para a caserna esta noite. Você vai participar de um exercício comigo. Não se preocupe porque é so caminhada. Vai ser bom."
"Não quero pai. Não gosto disso e você sabe."
"Filho, você tem 16 anos ainda e você vai. Não pode decidir por si. Garanto pra você que vai ser bom."
...
"Pai, não to mais aguentando... Já estamos andando há cinco horas nesse mato e não chegamos em lugar nenhum. Pra quê?"
"Se você quer virar homem tem que saber aguentar o peso da vida."
"Você falou que ia ser bom. Quero ir embora pai."
"Só amanhã filho."
...
"Ai ai ai ai!!! Meu pé! Pai! Me ajuda!"
"Merda filho. Quebrou mesmo."
...
"Porque você levou meu filho nessa sua viagem idiota? Pra machucá-lo? Acha que ele está mais homem agora com esse pé quebrado???"
"E o que você faz por ele senão estragar o moleque e deixá-lo ser um vadio. Um inútil? Me arrependo do dia em que pedi para casar com você."
...
"A gente nem deveria ter nascido. Eu sabia que ele não gostava da gente. E ainda te machucou."
"Eu pisei num buraco e quebrei. Não foi culpa dele mas não queria ter ido. Acho que o pai não sabe o que é gostar. Não aprendeu isso no exército. Mas eu amo você mana."
"Eu também."
...
Acordou assustado e viu que passou do ponto. Parou no próximo e andou quase 20 minutos. Chegou no hospital cansado. Parecia que aquele cochilo lhe tirou o resto das forças que tinha.
O sonho estava recente na memória. As imagens, as lembranças, tudo muito real. Olhou à sua volta para ver se estava acordado mesmo.
Entrou no hospital. Passou pela recepção e chegou até o corredor dos quartos. Sua mãe foi removida da UTI no dia anterior. Estava em coma induzido.
Chegou próximo à porta do quarto e assim que avistou o ambiente, parou e voltou.
Sentiu como se tivesse levado um soco no estômago.

continua.

23.3.06

Vida. capitulo 5.

Examinou o bilhete tentando encontrar algo familiar. A curiosidade estava lhe matando.
Discou para o número indicado. O telefone tocou três vezes até ser atendido.
"Alô? O que você quer comigo? Por que este bilhete na minha porta?"
"Calma meu jovem. Creio que não vá se lembrar de mim, mas me ajudou na hora em que precisava e resolvi fazer o mesmo. Mas acho que não foi a melhor maneira ter deixado um bilhete. Lhe assustei?"
"Não sei mesmo quem fala. Não me lembro de ter feito grande coisa para alguém. Fale logo o que quer! É conhecido do meu pai? Tem algo a ver com minha mãe? Como ela está?"
"Não não rapaz. Não conheço sua família. Mas andei conversando com sua vizinha e ela me disse que precisa de ajuda. Sou um amigo, não se preocupe."
"Como!? Você está me observando? Eu vou chamar a polícia!"
"Não é necessário. Sou aquele velho homem bêbado para quem você pagou uma dose. Aquilo me fez ver que estou no fundo do poço e não preciso disso. Tenho muitas posses meu filho, mas sou um homem solitário e de vida simples. Me deixei levar pela ruína da bebida e sua atitude foi de grande valia.
Hoje já faço tratamento e procuro manter uma vida melhor."
"Não sei o que dizer."
"Não precisa. Fiquei sabendo também que você está trabalhando numa carvoaria e sua mãe está doente."
"O que mais queria é que ela ficasse bem. Só isso."
"Então é nisso que vou te ajudar. Ela se recuperará. Conheço vários bons médicos."
"Acho melhor a gente se encontrar em algum lugar e conversar. Não estou acreditando muito na hitória. Vamos no mesmo bar em que nos encontramos."
"Fechado. Sábado as 14 hrs."

22.3.06

Vida. capítulo 4.

Sentiu as pernas perderem a força e gradualmente foi se entregando. Deixou seu corpo cair e a mente entrou numa viagem enloquecedora.
Foi alvejado por milhões de alfinetes que espetavam sua mente. Queria não estar no mundo. Queria naquele momento que tudo fosse uma grande mentira, que seus pais estivessem juntos novamente, na mesa de jantar, discutindo sobre qual seria o rumo das férias. Queria sua irmã presente, com ele, dando toda a força que precisava.
"Mãe, preciso conversar com você."
"O que houve minha filha? Tem que ser agora? Espera a novela acabar que a gente conversa..."
"Tudo bem mãe. Nem era tão urgente assim."
...
"Minha filha! Ah meu Deus!!! Não pode ter acontecido isso!!! Nâo!!!"
A última vez que viu sua irmã, deitada no banheiro contrastando com o chão em vermelho vivo.
...
"Irmão, você sente orgulho de mim?"
"Claro que sinto! Por que a pergunta?"
"Não sei. Aqui em casa eu não existo. Não trago orgulho pra ninguém."
Não entendeu o sentido de tudo aquilo acontecer ali, naquele momento. Das imagens, da lembrança tão viva. Sentiu o calor do alimento, sentiu o perfume de sua irmã, sentiu a maciez da sua voz.
Sentiu seu coração rachar.
Desmaiou por um dia inteiro. Acordou, não se lembrava do motivo de estar ali, mas viu no seu relógio que já era domingo. Foi abrir a torneira mas esqueceu que a água estava cortada. Saiu de casa e foi à casa de sua vizinha.
"Achei que estivesse no hospital com sua mãe. É onde você deveria estar!"
"Minha mãe? O que houve com ela?"
"Não brinque comigo. Não agora. Se arrume e vá ver sua mãe. É a única pessoa que restou na vida dela. Seu pai não irá, e você deve estar lá para qualquer coisa que ela precisar, inclusive rezando por ela."
Lembrou de tudo, mas ainda estava difuso. A realidade permanecia enevoada.
Pegou algumas roupas que sua vizinha lavou e seguiu.
Ao lado de sua mãe, viu a imagem de sua irmã. Seu coração bateu depressa e realmente sentiu a presença dela.
Havia uma infidade de aparelhos ligados e mais cinco macas uma ao lado da outra, com pessoas em estados diferentes de enfermidade.
Sentiu uma súbita sensação de vazio e avistou a companheira de sua mãe, que lia um livro.
Procurou o médico.
"Quero minha mãe bem! O senhor tem que fazer de tudo!!!"
"Calma rapaz. Não é fácil, eu sei. Sua mãe vai sair do coma, mas não sei quais são as sequelas que ela pode apresentar. Ela pode vir a parar de andar, assim como pode não ter sofrido nada. Mas estou fazendo meu melhor pela sua mãe."
"Obrigado doutor. Desculpe meu jeito ..."
"Vai com Deus filho e me ajude a deixar sua mãe nova em folha."
Voltou para a UTI e conversou com sua mãe. Falou durante meia-hora.
Se voltou para a companheira.
"Agradeço muito você estar aqui."
"Faço por ela, não por você."
"Mesmo assim agradeço. Consegui um emprego bom e agora preciso ir. Vou pagar os tratamentos dela. Quero vê-la de pé e bem."
A companheira fitou-lhe com uma expressão de orgulho, logo seguida de desprezo. Considerava-no um perdido, um artomento na vida dela. Encontrou-a na rua, surrada e ofereceu-lhe abrigo por uma noite. Ela não falou por muito tempo, apenas escrevia o que queria dizer. Quando se libertou dos seus pesadelos, finalmente falou e a companheira sentiu que seus dias de solidão e sessão da tarde estavam perto do fim.
...
Depois de duas horas de viagem, chegou no seu emrego. O lugar era afastado da cidade, mas era uma empresa organizada. Tinha mármore no chão da recepção e uma secretária bonita, com um perfume suave. Vários homens de roupa social entravam em uma grande porta negra, com um puxador cromado.
Um homem negro e alto se aproximou dele:
"Você é o indicado?"
"Sim. Mas sinto que não estou no lugar certo."
"Não está mesmo. Você tem que entrar pela portaria 5. Fica no final da mesma rua que você veio, só que à esquerda. Te espero lá em dez minutos."
Esta outra parecia um canteiro de obras. Caminhões iam e vinham, havia uma grande camada preta que recobria tudo e todos. Encontrou o homem negro novamente.
"Muito prazer. Sou seu chefe aqui. As regras são bem claras: trabalhe de acordo com as ordens que serão passadas a você e qualquer coisa que fuja à regra, me procure.
Não se envolva em conflitos. Não desrespeite seus colegas e o horário de almoço é de meio dia e trinta até as duas e trinta. Dúvida?"
"Não senhor."
"Pegue suas ferramentas no armário 890 e vá trabalhar. A chave está aqui, o vestiário é ali em frente, na porta vermelha."
Sentiu-se observado, examinado. Tenso. Trabalhava com gotas de suor frio escorrendo pela testa.
Na hora do almoço ligou para o quarto onde sua mãe estava. A companheira atendeu e resmungou algo como "nenhuma novidade".
Chegou em casa tarde. O dia passou rápido e sentia seu corpo exaurido. Foi para a casa da vizinha tomar um banho e jantar. Contou as novidades e foi deitar.
A semana passou muito rápido.
Na sexta, havia outro bilhete na porta, escrito em um papel amassado e sujo e não parecia a letra de seu pai.
Havia apenas um telefone.

continua.

21.3.06

Vida. capítulo 3.

O bilhete anônimo trouxe uma série de implicações diferentes para seu emocional. Não conseguiu dormir naquela noite. Foi no armário pegar a garrafa de Red Label que estava pela metade e entornou seu conteúdo em uma manobra. Sentou próximo à mesa e ali adormeceu.
"Filho, seu pai foi herói de guerra. Eu deveria ter servido de exemplo para ti, pois duas medalhas de honra são motivos mais do que suficientes para você já ter ingressado e trilhado um caminho melhor do que o meu. Mas sua mãe quer criar um vagabundo, um inútil e você se deixa levar.
Não aceito e não aceitarei nunca meu filho um drogado vadio. Se você fosse meu subordinado já teria mudado, seria um homem. Aprenderia a ver a escória como escória. Mas sendo escória, fica difícil reconhecer seus semelhantes."
Acordou assustado. O bilhete era de seu pai.
Sua voz rouca e grave ressoava na mente e cada vez mais alto. Era insuportável.
Procurou a garrafa para outro trago mas já estava vazia. Pegou o telefone e tentou falar com sua mãe mas se deteve quando viu que ainda eram 4 e 30 da madrugada. Teria que arcar com aquele pesadelo ainda desperto.
Uma semana se passou só vivendo das necessidades mais básicas.
Começou a cogitar outras possibilidades para passar o tempo ...
Onze horas da manhã de sexta-feira e o telefone toca.
"Bom dia. Sou o entrevistador da empresa em que você esteve. Consegui um emprego.
Se possível, passe aqui hoje até as 16 horas."
Sua sonolência lhe fez pensar que era trote. "Mereço alguma coisa ainda?"
Levantou, pegou suas roupas que ainda estavam limpas e foi para a casa da vizinha tomar banho.
Chegou na empresa e foi conversar com o gordo homem.
"Consegui uma vaga para você na empresa de um amigo. Ele é carvoeiro e paga bem, mas precisa de alguém disponível 18 horas por dia."
Aceitou. Queria mostrar ao seu pai que era homem. Começaria na segunda.
O salário era de 1500 reais. Suficiente para mudar de vida e quem sabe ajudar sua mãe. Começou a fazer planos. Abriu uma conta no banco, comprou um carro, saía nas melhores festas e encontrou a mulher perfeita, linda.
Sentiu-se revitalizado por seus pensamentos. Foi almoçar na casa de sua vizinha, mas fez questão de comprar um frango recheado. Dormiu após o almoço.
Estava se sentindo leve, novo. Disse que ia parar de fumar. Deu descarga em tudo.

De madrugada recebe uma ligação do hospital. Sua mãe teve dois derrames e estava em coma.

continua.

20.3.06

Vida.capítulo 2.

O homem levantou mais de 130 kilos da cadeira e colocou o curriculum em uma pilha à direita de sua longa mesa.
Notou que foi na menor seleção. Isso trouxe um calor que lhe subiu pelo estômago virando um suspiro pela boca.
Agradeceu o homem e saiu pela porta. A secretária estava ao telefone e as outras entrevistas foram cancelas para aquele dia.
Parou no bar ao lado. Pediu um misto-quente mas nao conseguiu terminar de comer. Estava eufórico.
Notou que o barman discutia com um senhor, que insistia em beber fiado. Pagou uma dose para o velho e saiu.
Chegou em sua casa e bateu na porta da vizinha, contar o motivo de nova esperança.
Dois dias se passaram. Prometeram-lhe apenas um dia para a resposta, não podia dar errado dessa vez. Pegou o telefone para retornar à empresa. Estava cortado, mudo.
Em menos de 20 minutos estava indo em direção à empresa. Precisava saber se fora selecionado.
Quando chegou na porta da empresa notou que estava suado e esbaforido.
Entrou e teve de esperar meia hora pois todos estavam em reunião. Quem lhe atendeu foi um dos seguranças.
O homem lhe atendeu. Falou com ele ali mesmo, de pé na recepção.
"Nós tentamos lhe falar ontem. Não obtivemos retorno e tivemos de ligar para o próximo da lista."
"Meu telefone estava cortado. Fui descobrir hoje!"
"Peço-lhe desculpas mas foi o meio de contato que deixou. Não é justo com o próximo.
Garanto-lhe que terá um emprego em breve. Posso inclusive indica-lo para outra empresa do mesmo grupo."
Não adiantava argumentar pois o homem virou as costas e saiu. O segurança indicou-lhe o caminho da saída.
Passou em frente ao bar novamente. O velho lhe fitava com uma dose de cachaça nas mãos. Ao avistá-lo, o velho levanta o copo, saudando-o.
Chegou em casa e viu um bilhete colado em sua porta.
"Paguei seu telefone. Quando é que você vai virar homem?"

continua.

19.3.06

Vida. capítulo 1.

Acordou para a vida naquele momento. Acordou cedo, preparou-se para sair e seguiu até a banca em frente à sua casa. Nos classificados estavam as oportunidades que tirariam-no daquela vida. Andou o dia todo e gastou o dinheiro que não tinha entregando o resumo da sua vida para tantas secretárias que até perdeu as contas. Edilaine, Samanta, Bruna, Carla ... fez questão de perguntar todos os nomes, pois todas disseram que entrariam em contato.
Ele esperou. Uma semana não obteve nenhum emprego. Continuava inutilizado em casa, com "pontas" jogadas no cinzeiro sobre a mesa.
A pensão foi retirada no banco. Deu pra pagar a conta de luz. Ficou faltando pra água.
Foi tomar banho na casa da vizinha e saiu novamente rodar atrás de emprego.
Dessa vez foi nas empresas que desdenhou na primeira oportunidade. Estava na terceira e não fazia questão de saber mais o nome das secretárias. Eram todas iguais.
Ao entrar na recepção, viu cinco outros rapazes com idades próxima à sua. Perguntou a um deles em quantas empresas já esteve antes dali. "Essa é a sétima só hoje. Se não conseguir dinheiro trabalhando como gente honesta, paciência. Problema deles."
Até aquele momento não tinha cogitado essa possibilidade. Sua mãe nunca mais falaria com ele se fizesse algo assim.
Mas e se não conseguisse? Não ia ficar sem água em casa e já estava perto de fazer 21 anos, perderia sua pensão.
Entrou para a sala do entrevistador. Era um homem com cara redonda e vermelha, a expressão fechada mas tinha uma foto da sua filha na mesa, o que deixou-no mais tranquilo.
Estava tenso. Sentiu que o homem não lhe tratava como uma pessoa. Que parecia mais um gado passando na contagem, sendo marcado e empurrado para o pasto. Mas se estivesse no pasto seria bom.
"Seu colégio é bom. Meus filhos estudam lá."
"É bom. Cheguei a entrar na faculdade mas tive problemas em casa e não tive dinheiro pra continuar. Mas o colégio me preparou bem."
"Vejo também que já trabalhou no Correio. Porque não continuou?"
"Eu queria. Mas meu chefe tinha uns protegidos já e eu não tava entre eles."

continua.

13.3.06

Ele que olha pro céu à procura de estrelas

Ele olha pro céu a procurar estrelas
Entrou no mar com suas chinelas, veio as ondas a levá-las
Meu par perfeito de chinelas foram-se, onde estarão agora?
Procurou no seu baú.
Procurou no seu jardim. Não estavam com borboletas.
Jardim escuro, fechado.
Chinelas lá não estavam.
Sentiu os espinhos lhe penetrando a carne macia dos dedos.
Sentiu vontade de sentar, esperar o tempo passar.
"Chinelas, por favor, nao quisera eu que fossem embora.
Entrei no mar para me banhar. Fostes arrancada de mim.
Devolve mar. Devolve.
Nunca quis eu que este mar a outro navegador entregasse MINHAS chinelas."
Ele já não sabe onde mais procurar até que vê novamente suas chinelas
nos pés de outro a trafegar.
"Com licença senhor, onde as encontraste?
Ah, meu caro amigo. O mar me contou que as tirou de quem não merecia.
E por acaso as merecia o senhor?
Trato-as com todo o amor possível. Venha cá meu caro, não sejas indigno e me conte,
por que estás tão interessado nestas chinelas?
Porque não quero mais entrar no mar."
E agora ele, todo dia olha pro céu a procurar estrelas.

9.3.06

mutila-me

Corra até a papelaria comprar seu cartão, pois como acontece em todas as datas especiais, o Dia Internacional da Mulher é quase meramente comercial. Antes de discutir comigo olhe pela janela, há dezenas de propagandas para induzir a compra de um xampu, não para parabenizar as mulheres. E enquanto a próxima marca mais vendida vai sendo escolhida cerca de 200 milhões de mulheres seguem sumidas. Mais do que simplesmente desaparecidas, mutiladas. Não menciono apenas as seis mil meninas que por dia têm parte de sua genitália retirada de maneira desrespeitosa e perigosa, mas também aquelas que são mutiladas psicologicamente e socialmente. Com regras impostas por sociedades injustas, elas seguem sem opção para decidir quem dera pensar. Mas se as mulheres ao seu redor não se encontram nessa situação, vá lá e compre seu cartão e dê valor a liberdade que elas possuem.


por Larissa C. Baran, uma moça que não escreve tão bem quanto o responsável pelo blog, mas se importa com as outras mulheres do mundo.