O voto deve ter nascido juntamente com os homens da pré-história,
quando o exímio caçador do grupo conseguiu, ao final de um dia de caça, pegar um mamute e provavelmente quis ficar com toda a carne para si, sendo que os outros do grupo mal conseguiram uma lebre. Algum membro brilhante do grupo teve a mais brilhante ainda idéia do voto e, desde então a humanidade mudou. Bem, não mudou tanto porque uma pesquisa recente descobriu que os macacos elegem o líder de seu bando por um voto (não é esse voto obrigatório que conhecemos, uma vez que qualquer macaco resignado pode retirar-se do grupo e adentrar a outro - seria isso uma migração partidária?). Enfim, todos os membros do grupo desfrutaram da deliciosa carne de mamute (o fogo já havia sido inventado e patenteado por Tug, o iluminado) e assim não tiveram que matar seu companheiro.
Mas, no viés da invenção democrática e da evolução (cambial? não.), aparecem os ditadores, reis, líderes bárbaros e líderes do partido dos trabalhadores. Tudo isso vai contra o voto e a democracia uma vez que o que é acumulado nao pode ser dividido com os outros, a não ser que você tenha um relacionamento direto com algum dos elementos supra-citados. E isso não acontece por acaso. É quase uma predestinação, um elemento "divino" ou até "Dantalino" (como nos contos modernos de Lewis Carrol, mas adaptado à realidade "Lulanesca" brasileira).
Maestral também a adaptação do voto obrigatório, diferentemente dos macacos, para eleger nossos representantes. Mas não adianta debandar para outro grupo, pois este líder é onipresente. E não existe possibilidade de devolução ou extermínio em caso de defeito. Ah, no final das contas, os culpados pelo fracasso de algo somos nós, que fomos obrigados a votar sem opções, uma vez que só mudam as máscaras, o conteúdo é o mesmo.
Anule seu voto.
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