Neste momento, os médicos correm ao seu quarto, número 412. As pupilas dilatadas se reviram num ritmo frenético. Antônio tem um AVC e o último sonho de sua vida.
Um espaço onde diversas atrações se apresentam no picadeiro da vida e o mestre-de-cerimônias fala de aspectos que cercam o palco de cada um de nós, despretenciosamente.
18.1.10
A arte rebuscada de ser profundo conhecedor daquilo que nunca foi visto.
Criador de teorias comuns para fatos pouco conhecidos, ele era uma mistura de sonhos e pesadelos. Dormia tarde todos os dias pois a noite era morada perfeita para todas as imagens que sua mente projetava: uma grande tela em negativo. Impressões apareciam aos poucos, disformemente imperfeitas. Rascunhos de tudo que havia sido criado nos devaneios impróprios para as rotinas impraticáveis no seu mundo perfeito. Filas de banco eram uma castração mental. O som das cidades lhe agredia os ouvidos. Todas soavam exatamente iguais mas algumas com mais de 10.000 rms. Era ensurdecedor trabalhar naquele barulho. Buscou refúgio em si mesmo. Adormeceu profundamente. Estava numa paz branca, pronunciada com cantigas de roda, risadas e o cheiro do bolo de fubá da sua avó. Quando sentou-se na relva verde, encostou sua cabeça nas folhas do gramado que esperavam de braços abertos. Disse aos céus "eu não quero mais acordar".
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Um comentário:
Perfeito! Repito a bronca carinhosa, que te dei no texto acima.
Mas te deixo um beijo imenso. :)
Dani
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