Era o furor da pequena cidade. A discórdia havia morrido de um ataque fulminante de compreensão precedida de uma crise de entendimento.
A população irradiava alegria mas havia um certo remorso em celebrar a felicidade diante de um ancião decrépito. Todos compareceram ao enterro.
Levaram consigo suas faces de pranto, escondendo uma garrafa de champanhe por dentro do sobretudo.
Foram muitos dias de festa. A comunidade conviveu feliz e em festa por um longo período.
Eram tempos de paz.
Mas um dia , sem que houvesse uma explicação plausível, alguns jovens começaram a falecer.
Os médicos da cidade não compreendiam e após o falecimento do assessor do prefeito, a cidade mergulhou em estado de calamidade. Mal sabiam eles que era uma epidemia de tédio.
Um espaço onde diversas atrações se apresentam no picadeiro da vida e o mestre-de-cerimônias fala de aspectos que cercam o palco de cada um de nós, despretenciosamente.
30.6.05
Lado Pessoal X Lado Profissional
É de conhecimento geral, situações de trabalho onde somos "obrigados" a aceitar certas críticas e comentários destinados ao nosso lado profissional, com o intuito de fazer-nos amadurecer, mas que acabam atingindo outras áreas senão o lado profissional.
- Senhorita Cleide, o seu trabalho é insatisfatório para os padrões de nossa digníssima empresa. Dou-lhe um prazo para rever seus conceitos e melhorar seu lado profissional, caso contrário, não precisamos mais dos seus serviços.
Bela crítica, totalmente formal e direcionada ao lado profissional, não parece?
- Eu sou uma inútil! Hoje o chefe disse que o que eu faço não presta! E ainda me deu um prazo pra melhorar senão vou ser demitida! (...)
Será apenas o lado profissional que foi atingido? Por melhor que seja a construção de uma crítica, a pessoa funciona em um inteiro. A separação dos ditos lados "profissional" e "pessoal" é tênue, e muitas vezes não consegue desvencilhar-se do ego, que é um só.
Até que em um certo dia, Cleide resolve mandar apenas seu lado profissional trabalhar, enquanto seu lado pessoal ficou em casa vendo "Mais Você". O lado profissional chega formalmente ao escritório, num sóbrio conjunto preto
Deu bom dia a alguns de seus colegas e dirigiu-se para a sua mesa. Organizou alguns papéis, anotou recados, executou as tarefas que lhe foram solicitadas e assim continuou, profissionalmente. Enquanto seu lado pessoal em casa se divertiu muito falando com as amigas, vendo televisão e preparando uma nova receita, vista no programa matinal.
O chefe se depara com aquela figura sóbria, sem emoções, que executa tarefas sem demonstrar nenhuma emoção, mas faz tudo exatamente conforme prescrito, sem erros, sem divergências de opinião, sem graça.
"Parece que minha crítica deu certo. Ela se enquadrou aos nosso padrões, está garantida em sua vaga. Mas bem que poderia sorrir um pouco."
É complicado delimitar até onde as coisas podem ser tratadas como profissional e pessoal, sendo que a pessoa trabalha para suprir bens pessoais mas adquirindo experiência profissional para isso. Até mesmo os "workaholics" sentem satisfação em serem reconhecidos como pessoas competentes de um trabalho oriundo profissionalmente, e é o ego único o contemplado.
Existe um pequeno detalhe de que algumas empresas se esquecem. Todos querem profissionalismo, trabalhos bem feitos, mas somos consumidores daquilo que produzimos e produzimos para pessoas iguais a nós. A realização deve ser impessoal, não buscar lados e sempre atingir padrões de qualidade compatíveis com seres humanos e para seres humanos. Ou será que alguém gosta de falar com "robôs" (com personalidades anuladas das 07:00 às 18:00) em um tele-atendimento e, por descuido do atendente, ouvir o mesmo reclamando do trabalho "difícil" e severamente monitorado, quando este de colocar o "head phone" no "mudo"?
- Senhorita Cleide, o seu trabalho é insatisfatório para os padrões de nossa digníssima empresa. Dou-lhe um prazo para rever seus conceitos e melhorar seu lado profissional, caso contrário, não precisamos mais dos seus serviços.
Bela crítica, totalmente formal e direcionada ao lado profissional, não parece?
- Eu sou uma inútil! Hoje o chefe disse que o que eu faço não presta! E ainda me deu um prazo pra melhorar senão vou ser demitida! (...)
Será apenas o lado profissional que foi atingido? Por melhor que seja a construção de uma crítica, a pessoa funciona em um inteiro. A separação dos ditos lados "profissional" e "pessoal" é tênue, e muitas vezes não consegue desvencilhar-se do ego, que é um só.
Até que em um certo dia, Cleide resolve mandar apenas seu lado profissional trabalhar, enquanto seu lado pessoal ficou em casa vendo "Mais Você". O lado profissional chega formalmente ao escritório, num sóbrio conjunto preto
Deu bom dia a alguns de seus colegas e dirigiu-se para a sua mesa. Organizou alguns papéis, anotou recados, executou as tarefas que lhe foram solicitadas e assim continuou, profissionalmente. Enquanto seu lado pessoal em casa se divertiu muito falando com as amigas, vendo televisão e preparando uma nova receita, vista no programa matinal.
O chefe se depara com aquela figura sóbria, sem emoções, que executa tarefas sem demonstrar nenhuma emoção, mas faz tudo exatamente conforme prescrito, sem erros, sem divergências de opinião, sem graça.
"Parece que minha crítica deu certo. Ela se enquadrou aos nosso padrões, está garantida em sua vaga. Mas bem que poderia sorrir um pouco."
É complicado delimitar até onde as coisas podem ser tratadas como profissional e pessoal, sendo que a pessoa trabalha para suprir bens pessoais mas adquirindo experiência profissional para isso. Até mesmo os "workaholics" sentem satisfação em serem reconhecidos como pessoas competentes de um trabalho oriundo profissionalmente, e é o ego único o contemplado.
Existe um pequeno detalhe de que algumas empresas se esquecem. Todos querem profissionalismo, trabalhos bem feitos, mas somos consumidores daquilo que produzimos e produzimos para pessoas iguais a nós. A realização deve ser impessoal, não buscar lados e sempre atingir padrões de qualidade compatíveis com seres humanos e para seres humanos. Ou será que alguém gosta de falar com "robôs" (com personalidades anuladas das 07:00 às 18:00) em um tele-atendimento e, por descuido do atendente, ouvir o mesmo reclamando do trabalho "difícil" e severamente monitorado, quando este de colocar o "head phone" no "mudo"?
Falar "eu te amo" (Republicação)
Não sou adepto do amor vendido em mercado, onde se adquire o direito de falar "eu te amo" como algo banal, como se fosse dito de maneira mais fácil do que "um bom dia da boca do cidadão comum". Dizer "eu te amo" não é um lugar-comum e envolve muito mais responsabilidade do que dizer que "matou um anônimo", pois "pode-se matar um conhecido", uma pessoa querida, com palavras escolhidas erroneamente. Não é proibido, mas também nao é permitido. Fala-se a "torto e a direito" e já não se sabe quando é e quando não é. A verdade é que a expressão "eu te amo" foi privatizada por uma empresa controladora de sentimentos, impositora de medos, de desejos e esta, "cria" pessoas que tem medo até de falta papel-higiênico no banheiro do shopping! E tudo vira fobia.("faltadepapelhigienicofobia").
Acham que falar "eu te amo" é vantajoso, que sai na malandragem e já que é de graça e impressiona, por que não usar?
Mas o preço a se pagar é mais alto do que o imaginado, é o preço de virar banal. E o banal não tem nome, anda tranquilamente na rua e não é reconhecido; é comum, é banal.
O mais engraçado é o "eu te amo" da pessoa hipócrita. Este, consegue distorcer até o modelo "comercial" de "eu te amo" e transformar o que deveria ser bom em um jeito de "ataque frontal maciço por todos os lados" com consequências irreversíveis. Esse "eu te amo" é considerado mais letal do que um "tiro" pelas costas, por se tratar de um "calibre 12 cano duplo"!
Sejamos simples, voltemos ao "eu te amo" gratuito dos sacolões de domingo, onde eram usados de verdade e traziam benefícios pra todos sendo, pelo menos, sinceros. Não se banaliza as demonstrações de sentimento pois isso mata a alma.
Acham que falar "eu te amo" é vantajoso, que sai na malandragem e já que é de graça e impressiona, por que não usar?
Mas o preço a se pagar é mais alto do que o imaginado, é o preço de virar banal. E o banal não tem nome, anda tranquilamente na rua e não é reconhecido; é comum, é banal.
O mais engraçado é o "eu te amo" da pessoa hipócrita. Este, consegue distorcer até o modelo "comercial" de "eu te amo" e transformar o que deveria ser bom em um jeito de "ataque frontal maciço por todos os lados" com consequências irreversíveis. Esse "eu te amo" é considerado mais letal do que um "tiro" pelas costas, por se tratar de um "calibre 12 cano duplo"!
Sejamos simples, voltemos ao "eu te amo" gratuito dos sacolões de domingo, onde eram usados de verdade e traziam benefícios pra todos sendo, pelo menos, sinceros. Não se banaliza as demonstrações de sentimento pois isso mata a alma.
Silêncio(s)
Pensamento fracionado um.
Hoje, os dedos estão contidos e a mente trabalha em uma velocidade bem abaixo do normal. Silenciado. Silenciador. Fazem-nos falar mas pouco nos escutam. Derivados de uma safra onde a promoção pessoal é levada em conta para que algum destaque nos seja dado, trabalhamos o "eu", mas frequentemente esqueço de você. (...)
Pensamento fracionado dois.
Algumas vezes a dúvida vem à tona : onde está o chefe-de-operações da máquina da vida? Será que ele também recebe mesada do PT? (...)
Pensamento fracionado três.
A ética está aí para ser usada e abusada mas o que ocorre é uma deturpação desta. Alguns jornais noticiam o fato do publicitário Marcos Valério como suspeito de realizar pagamentos aos deputados dando ênfase à sua profissão, mas na verdade ele é dono de empresas, genericamente um empresário. Publicitários com cifras astronômicas são raros e em um ramo tão disputado, qualquer propaganda contra já se resume em menos ofertas de estágio, menos promoções e mais desconfiança na classe. Comunicação é uma só. O joio não é o trigo. Trate-o como joio. Agora, noticiar algo "o trigo modificado contaminou toda a safra" é bem diferente de dizer "o joio foi descoberto sabotando a safra". Combatemos inimigos em comum, como opinião pública, como cidadão, como estudante de comunicação ou como profissional. "Detonar" uma classe inteira que é o seu sustento, é algo que deve se levar em conta. (...)
Hoje, os dedos estão contidos e a mente trabalha em uma velocidade bem abaixo do normal. Silenciado. Silenciador. Fazem-nos falar mas pouco nos escutam. Derivados de uma safra onde a promoção pessoal é levada em conta para que algum destaque nos seja dado, trabalhamos o "eu", mas frequentemente esqueço de você. (...)
Pensamento fracionado dois.
Algumas vezes a dúvida vem à tona : onde está o chefe-de-operações da máquina da vida? Será que ele também recebe mesada do PT? (...)
Pensamento fracionado três.
A ética está aí para ser usada e abusada mas o que ocorre é uma deturpação desta. Alguns jornais noticiam o fato do publicitário Marcos Valério como suspeito de realizar pagamentos aos deputados dando ênfase à sua profissão, mas na verdade ele é dono de empresas, genericamente um empresário. Publicitários com cifras astronômicas são raros e em um ramo tão disputado, qualquer propaganda contra já se resume em menos ofertas de estágio, menos promoções e mais desconfiança na classe. Comunicação é uma só. O joio não é o trigo. Trate-o como joio. Agora, noticiar algo "o trigo modificado contaminou toda a safra" é bem diferente de dizer "o joio foi descoberto sabotando a safra". Combatemos inimigos em comum, como opinião pública, como cidadão, como estudante de comunicação ou como profissional. "Detonar" uma classe inteira que é o seu sustento, é algo que deve se levar em conta. (...)
29.6.05
Tecnologia
"Sinapses `wireless´ guiadas por satélite". Vontades repentinas de ligar pra alguém ou de fazer algo que há muito não se fazia. Coincidências constatadas quando alguém diz que pensou ou fez o mesmo que você. A tecnologia explica. Isto acontece com todos nós, com pessoas que temos afinidades emocionais. Podem ser irmãos, amigos de longa data ou pessoas que, a primeira vista já eram especiais. Sinapses wireless. Acontecem sem data marcada e sem aviso prévio. Simplesmente acontecem. É o sexto sentido se manifestando. Sentindo este que nos faz ter a estranha sensação de não ter que sair de casa, ou de não fazer aquela viagem. A alma explica.
Somos dotados destas sensações e algumas pessoas sabem "ler" melhor os sinais enviados por este sentido tão especial e misterioso.
Dê mais importância àquele estranho sentimento que diz para você não ir a determinado lugar ou não fazer certas coisas naquele dia. Ah, as vezes este sentido também corresponde com o nome de mãe. Freud não explica.
Somos dotados destas sensações e algumas pessoas sabem "ler" melhor os sinais enviados por este sentido tão especial e misterioso.
Dê mais importância àquele estranho sentimento que diz para você não ir a determinado lugar ou não fazer certas coisas naquele dia. Ah, as vezes este sentido também corresponde com o nome de mãe. Freud não explica.
Caminha-tempo
No interior...
Canta o galo no terreno do vizinho. As pessoas vão acordando aos poucos num ritmo cadenciado. As portas das casas vão se abrindo. As fornalhas, se acendendo. Os primeiros bons-dias são ouvidos. Portas dos comércios, alguns poucos motores de carros. Ao fundo, um galo atrasado entoa o seu canto. O cenário vai sendo moldado, dia-a-dia. A noite vem e com ela as rodas de conversa, os cafés e jantares com a família reunida. O ritmo é dado pelas pessoas e a vida tem uma sensibilidade maior, sendo mais presenciada e vividos cada minuto desta. Pressa de viver? Não tenho. Nunca tive.
Canta o galo no terreno do vizinho. As pessoas vão acordando aos poucos num ritmo cadenciado. As portas das casas vão se abrindo. As fornalhas, se acendendo. Os primeiros bons-dias são ouvidos. Portas dos comércios, alguns poucos motores de carros. Ao fundo, um galo atrasado entoa o seu canto. O cenário vai sendo moldado, dia-a-dia. A noite vem e com ela as rodas de conversa, os cafés e jantares com a família reunida. O ritmo é dado pelas pessoas e a vida tem uma sensibilidade maior, sendo mais presenciada e vividos cada minuto desta. Pressa de viver? Não tenho. Nunca tive.
Corre-tempo
Na cidade...
Carros, velocidade, barulho. Tudo rápido, muito rápido, até a hora em que nos deitamos. Vivemos sob a velocidade da cidade. Independente de seus habitantes, ela tem um ritmo próprio. "Fast-food", relatórios, planilhas, buscar no colégio, resolver problemas, dormir, escovar os dentes, final-de-semana.
Acordar pra ir almoçar com a família. Correria. Entra-e-sai no banheiro, já estão esperando no carro. Enfrenta a fila do buffet, paga a conta, entra no carro e segue rumo ao ao shopping. Entra em loja, sai de loja, espera na fila pra pagar o estacionamento. Passa no mercado, vai pra casa, prepara a janta, tv muito alta, "abaixa o volume dessa TV!". Domingo, preguiça, dia arrastado que se passa em um segundo. Hora do "Fantástico", dormir, despertador, segunda-feira...
Carros, velocidade, barulho. Tudo rápido, muito rápido, até a hora em que nos deitamos. Vivemos sob a velocidade da cidade. Independente de seus habitantes, ela tem um ritmo próprio. "Fast-food", relatórios, planilhas, buscar no colégio, resolver problemas, dormir, escovar os dentes, final-de-semana.
Acordar pra ir almoçar com a família. Correria. Entra-e-sai no banheiro, já estão esperando no carro. Enfrenta a fila do buffet, paga a conta, entra no carro e segue rumo ao ao shopping. Entra em loja, sai de loja, espera na fila pra pagar o estacionamento. Passa no mercado, vai pra casa, prepara a janta, tv muito alta, "abaixa o volume dessa TV!". Domingo, preguiça, dia arrastado que se passa em um segundo. Hora do "Fantástico", dormir, despertador, segunda-feira...
26.6.05
É_tica
Um médico quando abordado por um jornalista para comentar sobre o erro de um colega, recusa-se a falar, para não denegrir ainda mais a imagem de alguém que fora "agraciado" pelo infortuito de um acidente deteriorado pela imprensa e tratado como "erro proposital", desleixe.
Um advogado, inquirido a tecer comentários sobre a vida privada de um cliente, recusa-se veementemente a prosseguir o assunto. A vida de seus clientes, por mais rentável que possa ser a notícia, pertence a eles e na sua posição de advogado, não deve falar nada que não seja da vontade do cliente.
Um político, foi surpreendido ao se ver na situação em que seu amigo lhe colocara. Estava na sua frente, a decisão de aceitar ou não uma grande quantia de dinheiro para que o apoio dos seus filiados fosse irrestrito na câmara. Ele negou a oferta mas não denunciou seu amigo e procurou se afastar do conhecimento de fatos e ocasionalidades posteriores sobre este assunto.
Ética. Coincidente em alguns aspectos com singularidades imbuídas na palavra "honra". Mas nestas últimas semanas estamos presenciando o "estupro" dos conceitos e preceitos pertinentes ao quesito "ética". Um atentado cometido por quem deveria estar lutando em prol do motivo onde lá estão, representando brasileiros que por meio democrático, elegeram seus representantes. Acho ainda mais instigante a audácia do governo em veicular uma campanha de apelo emocional, enfatizando o "bom exemplo". Que seja limpa a sujeira do governo. Este é o exemplo que a gente espera ver.
Um advogado, inquirido a tecer comentários sobre a vida privada de um cliente, recusa-se veementemente a prosseguir o assunto. A vida de seus clientes, por mais rentável que possa ser a notícia, pertence a eles e na sua posição de advogado, não deve falar nada que não seja da vontade do cliente.
Um político, foi surpreendido ao se ver na situação em que seu amigo lhe colocara. Estava na sua frente, a decisão de aceitar ou não uma grande quantia de dinheiro para que o apoio dos seus filiados fosse irrestrito na câmara. Ele negou a oferta mas não denunciou seu amigo e procurou se afastar do conhecimento de fatos e ocasionalidades posteriores sobre este assunto.
Ética. Coincidente em alguns aspectos com singularidades imbuídas na palavra "honra". Mas nestas últimas semanas estamos presenciando o "estupro" dos conceitos e preceitos pertinentes ao quesito "ética". Um atentado cometido por quem deveria estar lutando em prol do motivo onde lá estão, representando brasileiros que por meio democrático, elegeram seus representantes. Acho ainda mais instigante a audácia do governo em veicular uma campanha de apelo emocional, enfatizando o "bom exemplo". Que seja limpa a sujeira do governo. Este é o exemplo que a gente espera ver.
24.6.05
Aniversariar
Gosto da maneira que Luís Fernando Veríssimo brinca com a significação de algumas palavras e, com a sua permissão, vou me aventurar a brincar com o "real" sentido da palavra "aniversário".
É uma verdadeira tradição a celebração da nossa data de nascimento. Relembrar que viemos ao mundo, todos os anos, contabilizando a nova idade (e o seu peso) constitui-se em um ritual que vem de longa data, hereditariamente.
"Aniversariar é preciso", diziam os velhos sábios. Boatos também relatam as experiências de Nostradamus, onde este previu que no seu aniversário de cinquenta e quatro anos a terra ia se abrir e jorrar à altura dos céus um líquido preto valiosíssimo, dentro dos seus territórios. Mal sabia ele que fora um bilionário . Nasceu na época errada, para sua infelicidade.
"Você aniversaria, eu aniversario". Já se foi o tempo das grandes festas pomposas, onde as elites comemoravam de maneira distante e frívola, mal sabendo o nome do aniversariador (porque este faz história, ano a ano). As festas de hoje são muito melhores. Come-se fartamente. Coloca-se o assunto em dia. Fala-se mal. Paquera. Romances. É a miniatura do palco da vida.
As pessoas são mais pessoas em festas. Alguns se mostram extremamente sociáveis quando induzidos pelo torpor alcólico, outros, extremamente chatos e repetivos. Ou quem nunca ouviu um amigo "levemente" embriagado, começar a maioria das setenta frases que iniciou com você, com a expressão: "você sabe que sou seu amigo, cara".
"Ritmo, é ritmo de festa!". Aniversariar. Palavra genuinamente portuguesa, advinda da contração de "anos+versar+pra variar". Anos, pois como todos sabem, comemora-se uma vez por ano, de cada ano "vivente" e "morrente" também. Versar, pois cada aniversário é carregado de emoção, um deleite para os "felicistas", que enaltecem as suas aventuras de aniversário e provavelmente esquecendo festas anteriores, onde cada aniversário é o melhor da sua vida. Também para os "tristecistas", que tratam o aniversário com certo desdém, andando contra a civilização e tratando o seu dia de nascimento como mais um dia. Mas clamando para que lembrem e liguem e no seu íntimo, querendo uma festa (mesmo que surpresa). E o "pra variar" pelo fato de que alguém sempre vai esquecer do seu aniversário e outros, que irão lhe dar meias ou cuecas.
"Aniversariemos" todos. Todos os anos. Estes são os meus votos, despidos de vida longa e de parabéns.
(Dedico este texto para a minha mana véia Bruna, que aniversaria hoje.)
É uma verdadeira tradição a celebração da nossa data de nascimento. Relembrar que viemos ao mundo, todos os anos, contabilizando a nova idade (e o seu peso) constitui-se em um ritual que vem de longa data, hereditariamente.
"Aniversariar é preciso", diziam os velhos sábios. Boatos também relatam as experiências de Nostradamus, onde este previu que no seu aniversário de cinquenta e quatro anos a terra ia se abrir e jorrar à altura dos céus um líquido preto valiosíssimo, dentro dos seus territórios. Mal sabia ele que fora um bilionário . Nasceu na época errada, para sua infelicidade.
"Você aniversaria, eu aniversario". Já se foi o tempo das grandes festas pomposas, onde as elites comemoravam de maneira distante e frívola, mal sabendo o nome do aniversariador (porque este faz história, ano a ano). As festas de hoje são muito melhores. Come-se fartamente. Coloca-se o assunto em dia. Fala-se mal. Paquera. Romances. É a miniatura do palco da vida.
As pessoas são mais pessoas em festas. Alguns se mostram extremamente sociáveis quando induzidos pelo torpor alcólico, outros, extremamente chatos e repetivos. Ou quem nunca ouviu um amigo "levemente" embriagado, começar a maioria das setenta frases que iniciou com você, com a expressão: "você sabe que sou seu amigo, cara".
"Ritmo, é ritmo de festa!". Aniversariar. Palavra genuinamente portuguesa, advinda da contração de "anos+versar+pra variar". Anos, pois como todos sabem, comemora-se uma vez por ano, de cada ano "vivente" e "morrente" também. Versar, pois cada aniversário é carregado de emoção, um deleite para os "felicistas", que enaltecem as suas aventuras de aniversário e provavelmente esquecendo festas anteriores, onde cada aniversário é o melhor da sua vida. Também para os "tristecistas", que tratam o aniversário com certo desdém, andando contra a civilização e tratando o seu dia de nascimento como mais um dia. Mas clamando para que lembrem e liguem e no seu íntimo, querendo uma festa (mesmo que surpresa). E o "pra variar" pelo fato de que alguém sempre vai esquecer do seu aniversário e outros, que irão lhe dar meias ou cuecas.
"Aniversariemos" todos. Todos os anos. Estes são os meus votos, despidos de vida longa e de parabéns.
(Dedico este texto para a minha mana véia Bruna, que aniversaria hoje.)
23.6.05
Feirão de humor variável
"Vendem-se estados emocionais! Troca-se de expressões várias vezes ao dia! Serviços de conserto de "bico" e levantamento de sombrancelha grátis! É a "nova" feira do humor variável que reinicia suas atividades exatamente à meia-noite de hoje, do dia anterior. Mais de vinte opções para que você não saia menos do que satisfeito de nosso estabelecimento. Como funciona? É muito fácil. Aquela primeira seção ali é a das "causas". Escolha a que melhor lhe serve para o momento e coloque-a em sua cesta. As que estão sendo mais vendidas são "stress no trânsito" e "medo de assalto". Depois, continue pelo corredor até chegar à fila e retire sua senha no lado direito do guichê vermelho. Quando for atendido, nossa funcionária irá lhe mostras as opções de "agravante" e "atenuante", todas elas com dois dias de garantia. Todos os nossos clientes estão automaticamente concorrendo ao dia de "alforria" onde as causas ruins se tornam nulas e são trocadas pelas melhores causas da casa, com atenuantes grátis e ilimitados durante o dia todo!
Contamos também com o "serviço de atendimento ao consumi-humor", onde o senhor pode se informar a qualquer hora do dia (e da noite) como está o seu quadro de humor, inclusive sabendo quais são os percentuais de seu modus operandi em vigência.
Em casos de emergência, disque 190.
Obrigado."
Contamos também com o "serviço de atendimento ao consumi-humor", onde o senhor pode se informar a qualquer hora do dia (e da noite) como está o seu quadro de humor, inclusive sabendo quais são os percentuais de seu modus operandi em vigência.
Em casos de emergência, disque 190.
Obrigado."
22.6.05
Mauricio Marinho x Roberto Jefferson
Excelentíssimos leitores, nobres colegas que aqui dividem seu tempo com estas palavras, deveriam julgar todo e qualquer material proveniente da mídia, assim como a tentativa de atenuar escândalos escancarados a todo o país. Ao ouvir e assistir ontem o depoimento do ex-funcionário dos Correios, o senhor Mauricio Marinho, me deparei com um sentimento e uma avaliação que não foi exclusa da minha pessoa. Uma conversa desgastante, cheia de "vícios", nervosismo, uma orátória enjoada e decorada, provavelmente fruto da repetição e de "passadas de texto" com advogados e outros acessores, o senhor Mauricio Marinho, como bem disse Heloísa Helena, "não conseguiu convencer". Insistiu em um dossiê preparado e disponível aos parlamentares onde todo "minuto" de declarações estava explicado e que tudo não passou de um equívoco conflitando com a hipótese de que seria aquele o pagamento por um "futuro trabalho de consultoria" para uma empresa que ele nem sabia o nome e disse ainda, "nunca ter contato com nenhuma empresa, nenhum CNPJ"!? Extremamente confuso, sinal de falta de credibilidade. Quando uma pessoa elabora um "script" onde ela mesma não acredita ou não vivenciou o seu conteúdo, pode-se perder nas entrelinhas, revelando o que está em sua memória visual. Em decorrência disto, aparecem situações opostas aonde não poderia existir de maneira alguma.
Percebe-se facilmente seu status de "peixe-pequeno".
Em brincadeiras de turma, de colegas com aproximadamente a mesma idade, são facilmente percebidos dois elementos distintos: aquele que é o alvo de calúnias e chacotas, pois quando inquirido não consegue responder a altura, se perdendo em seus trejeitos ou omitindo uma resposta, mas sua expressão corporal transmitindo insegurança e timidez. E o outro, onde ele é quem ataca, pois sua postura firme e a segurança na expressividade são uma afronta a qualquer brincadeira futura. Logicamente estou citando um exemplo mais brando, que envolve comportamentos lícitos. Um ato defensivo de acusações envolvendo cifras estratosféricas é algo muito mais grave. Mas, a distinção de comportamentos entre Roberto Jefferson e Mauricio Marinho são facilmente vistas. Roberto Jefferson atacou muito mais do que foi atacado. Sabe jogar com as cartas que têm na mão e joga inclusive com as cartas que estão na mão dos outros jogadores. Direciona as atenções da mídia a outros elementos senão ele. Atenua acusações diretas, dispersando o seu ponto central em elementos que apenas resvalam nele e os fragmentos maiores irão cair no "colo" de outras pessoas. A Comissão Parlamentar de Inquérito é consituída e formada por políticos e nada mais "político" nos bons e maus termos o que temos presenciado nas últimas semanas. Não será de espantar se, nos próximos anos estes fatos constarem em livros de história, na parte de história do Brasil, presidentes, governo Lula, reforma política. É um capítulo da história do país sendo escrito e vivenciado por nós, a opinião pública e nossas vozes.
Percebe-se facilmente seu status de "peixe-pequeno".
Em brincadeiras de turma, de colegas com aproximadamente a mesma idade, são facilmente percebidos dois elementos distintos: aquele que é o alvo de calúnias e chacotas, pois quando inquirido não consegue responder a altura, se perdendo em seus trejeitos ou omitindo uma resposta, mas sua expressão corporal transmitindo insegurança e timidez. E o outro, onde ele é quem ataca, pois sua postura firme e a segurança na expressividade são uma afronta a qualquer brincadeira futura. Logicamente estou citando um exemplo mais brando, que envolve comportamentos lícitos. Um ato defensivo de acusações envolvendo cifras estratosféricas é algo muito mais grave. Mas, a distinção de comportamentos entre Roberto Jefferson e Mauricio Marinho são facilmente vistas. Roberto Jefferson atacou muito mais do que foi atacado. Sabe jogar com as cartas que têm na mão e joga inclusive com as cartas que estão na mão dos outros jogadores. Direciona as atenções da mídia a outros elementos senão ele. Atenua acusações diretas, dispersando o seu ponto central em elementos que apenas resvalam nele e os fragmentos maiores irão cair no "colo" de outras pessoas. A Comissão Parlamentar de Inquérito é consituída e formada por políticos e nada mais "político" nos bons e maus termos o que temos presenciado nas últimas semanas. Não será de espantar se, nos próximos anos estes fatos constarem em livros de história, na parte de história do Brasil, presidentes, governo Lula, reforma política. É um capítulo da história do país sendo escrito e vivenciado por nós, a opinião pública e nossas vozes.
21.6.05
Processo celeste
"Processei meu anjo-da-guarda. Sim, confesso. Precisei dormir mais tarde e não madruguei cedo. Parece que o Senhor não aprovou minha atitude e nomeou um anjo para me guardar, já que pelas normas celestes Ele nada mais poderia fazer. Com meu anjo responsável diretamente, saí sem me preocupar mas ele falhou no seu serviço e acabou cometendo um equívoco : por um momento, me deixou sem proteção. Aconteceu o pior e quando ele percebeu a sua falha já era tarde, o pior já havia acontecido. Não havia nada mais a fazer e decidi entrar com um processo na justiça celeste contra o meu anjo desatento. Pedi indenizações sobre o que havia me acontecido e os acréscimos de proteção extra garantida diretamente pelo patrono. Meu advogado era bom, empenhado, competente e ganhador de outras causas parecidas. Mas o juiz do caso era o anjo Gabriel. Pois bem, perdi."
Quem são os diretores do cotidiano?
Qualquer pessoa que um dia precise ir ao centro da cidade, facilmente perceberá uma atitude peculiar em relação à todas as pessoas que caminham rápido, fazem caras preocupadas e sérias e aparentam estar com pressa de chegar o mais rápido possível, de estar atrasado o tempo todo. Notará também o contraste daqueles que compõe a peculiaridade de um centro de cidade. Os artistas, as pessoas que vendem bilhetes de loteria, os "pregadores", enfim, pessoas realmente diferentes integradas de uma maneira distinta àquela rotina apressada e figurativa.
Quem são os diretores que comandam "ação" para que este cenário se componha? Poucos irão ver alguns dos diretores que regem a orquestra do cotidiano, mas todos vêem seus atores e figurantes. O cotidiano é um filme em aberto, sem "script", fruto de inspiração para os "reality-shows". Televisionar a vida, mas adicionando um "script" a esta, temos um "Big Brother" pronto para entreter e indicar os vilões, heróis, amores, desamores e tudo o que um bom filme deve ter.
Experimente se sentar em um banco no centro da cidade (caso isto seja possível) e observe por poucos minutos o filme em que vivemos. E caso você encontre o diretor deste filme, peça a ele o papel de protagonista. Quem sabe você consegue.
Quem são os diretores que comandam "ação" para que este cenário se componha? Poucos irão ver alguns dos diretores que regem a orquestra do cotidiano, mas todos vêem seus atores e figurantes. O cotidiano é um filme em aberto, sem "script", fruto de inspiração para os "reality-shows". Televisionar a vida, mas adicionando um "script" a esta, temos um "Big Brother" pronto para entreter e indicar os vilões, heróis, amores, desamores e tudo o que um bom filme deve ter.
Experimente se sentar em um banco no centro da cidade (caso isto seja possível) e observe por poucos minutos o filme em que vivemos. E caso você encontre o diretor deste filme, peça a ele o papel de protagonista. Quem sabe você consegue.
Sobre escrever
O fato é: nós gostamos de escrever. Mesmo aqueles que procuram prestar vestibular na área de exatas para não ter que encarar "português" e "história" como matérias na faculdade, escrevem. Desde pequenos escrevemos nas redações do colégio sobre as "Minhas férias" (sendo que estas foram 90% do tempo em casa mas as aventuras que ocorreram, narramos como verdadeiros épicos, como aquela ida à sorveteria, algo fantástico!) e mais tarde, poemas para aquela menina linda, (ou menino, no caso das gurias) que mal fala com você. Não são todos que registram o que escrevem, pois alguns fazem textos "aos ventos" enquanto outros preferem escrever e desabafar. Mas as palavras entoam toda uma estrutura de texto, escrevemos histórias ao nosso redor o tempo todo.
Somos verdadeiros privilegiados escritores que, contrariando os céticos e acadêmicos, acredito não haver melhores escritores do que nós que lidamos com matéria viva, pulsante. Escrevemos diariamente um capítulo da história das nossas vidas. Basta publicá-la.
Somos verdadeiros privilegiados escritores que, contrariando os céticos e acadêmicos, acredito não haver melhores escritores do que nós que lidamos com matéria viva, pulsante. Escrevemos diariamente um capítulo da história das nossas vidas. Basta publicá-la.
Prefácio Interessantíssimo(?)
Que sejam bem-vindos os aventureiros internautas transeuntes desta localidade virtual! Começo aqui uma necessidade oriunda "não-sei-de-onde" de escrever com certa frequência, falando sobre diversos assuntos e não definindo um padrão, mas procurando transparecer os sentimentos diários sendo o mais verossímil possível, porque ler contos e artigos inexistentes é uma atividade um tanto cansativa.
Buscamos naturalmente nos identificar com aquilo que lemos, ouvimos e assistimos. É a maneira que aprendemos a selecionar e buscar dentre este mar de informações, aquelas que servirão de alguma maneira para preencher desejos e necessidades estritamente pessoais.
Melhor do que descrever métodos e maneiras, encerrarei este primeiro texto por aqui, deixando a quem ler que julgue e classifique as futuras idéias e mensagens que por aqui passarão. E, com expectativa, espero que as mesmas tenham utilidade (críticas são extremamente bem-vindas) , gerando discussões e conversas para que o entendimento das coisas banais e cotidianas não precisem ser tratados como banais e cotidianos.
E que venham as idéias!
Buscamos naturalmente nos identificar com aquilo que lemos, ouvimos e assistimos. É a maneira que aprendemos a selecionar e buscar dentre este mar de informações, aquelas que servirão de alguma maneira para preencher desejos e necessidades estritamente pessoais.
Melhor do que descrever métodos e maneiras, encerrarei este primeiro texto por aqui, deixando a quem ler que julgue e classifique as futuras idéias e mensagens que por aqui passarão. E, com expectativa, espero que as mesmas tenham utilidade (críticas são extremamente bem-vindas) , gerando discussões e conversas para que o entendimento das coisas banais e cotidianas não precisem ser tratados como banais e cotidianos.
E que venham as idéias!
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